Disco do cantor de 69 anos tem rock melancólico, com voz cada vez mais grave e personagens que vagam pelos Estados Unidos, como ex-ator, dublê e laçador de cavalos.
Inspirado no rock rural californiano dos anos 60 e 70, “Western Stars” vem sendo descrito como “o primeiro álbum country” de Bruce Sprigsteen.
Sem sua famosa E Street Band, o cantor americano de 69 anos volta a gravar solo após “Devils & Dust”, de 2005.
O som é muito menos energético e grandioso do que aquele Bruce que o brasileiro conhece melhor, com shows vistos por aqui em 2013.
Mas, diferentemente do “Springsteen on Broadway”, ele não está sozinho. A faixa-título, por exemplo, tem 20 músicos na ficha técnica.
Um deles é Jon Brion, conhecido por trilhas de filmes como “Brilho Eterno de uma mente sem lembranças”, “Lady Bird” e “Magnólia”. Enfim, um craque.
Bruce apresenta personagens vagando pelos Estados Unidos como:
- Um ator nostálgico em fim de carreira, em “Western Stars”
- Um homem entre uma carona e outra, em “Hitch Hikin”
- Um dublê que descreve a saudade e as cicatrizes do trabalho um tanto perigoso, em “Drive Fast (The Stuntman)”
- Um laçador de cavalos que deixou amigos para trás para se dedicar ao ofício, em “Chasin’ Wild Horses”
- Um homem que descreve um hotel decadente, em “Moonlight hotel”
O disco é quase todo devagar, com a voz ainda mais grave de Bruce sempre sobressaindo em relação ao arranjo.
Com instrumentos de sopro em destaque, “The goes my miracle” é a única que faz lembrar os crescendos e o jeitão apoteótico do cancioneiro de Springsteen.
De resto, a viagem de “Western Stars” é mais contemplativa.
Você não vai ver um duelo de cowboys ou um roubo de charrete. Verá no máximo algumas bolas de feno.
Fonte: G1
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